30 de outubro de 2010

7.2.1 A Grande Depressão e o seu impacto social

A Grande Depressão e o seu impacto social

Ao longo dos anos vinte, apesar da prosperidade evidenciada por largos sectores da economia americana, havia outros que não conheciam o desenvolvimento esperado. A extracção de carvão, a construção ferroviária, texteis tradicionais e estaleiros navais tardavam em desenvolver-se o suficiente e a ultrapassar uma certa estagnação desde o final da guerra e o desemprego aumentava, além dos baixos salários que em geral eram pagos aos assalariados que obrigavam grande parte da população a viver do crédito e das prestações para comprar todo o género de bens. Colheitas demasiado excedentárias  na agricultura provocavam baixos preços e queda dos lucros dos agricultores. Assim, largos sectores de actividade sobreviviam com recurso aos bancos e aos empréstimos, quer para ultrapassar dificuldades de tesouraria quer para manter um certo nível de despesa. Também os investidores accionistas atraídos pelos lucros que a compra e venda de acções gerava desenvolviam paralelamente essa actividade utilizando empréstimos bancários para o fazerem. E assim a especulação bolsista aumentava (a bolha accionista...) apoiada nas expectativas do crescimento económico gerando valores das acções que não correspondia à real situação financeira de muitas empresas bem cotadas. 
Entre 21 e 29 de Outubro de 1929 o valor das acções começou a descer a acentuadamente lançando o pânico na Wall Street e levando muita gente a procurar sem resultado vender as acções que subitamente não tinham compradores. Tal aconteceu devido às noticias alarmantes sobre a situação de algumas empresas bem cotadas e pela falência de alguns especuladores ingleses na bolsa de Londres como a casa comercial Clarence Hatry. Os investidores ingleses na Wall Street venderam em massa e o valor das acções dos pequenos investidores caiu a pique levando à insolvência milhares de pequenos investidores que se tinham endividado na banca para investirem nas acções. De um dia para o outro os accionistas ficaram sem dinheiro e os bancos que lhes tinham emprestado também provocando falências em muitas casas bancárias americanas. Outras consequências: 
  • empresas faliram 
  • desemprego elevadíssimo
  • quebra no consumo
  • quebra dos preços
  • baixa da produção industrial 
  • baixa dos salários
Efeitos sociais: 
  • proliferação dos bairros de lata 
  • fome e pobreza extremas
Desenvolveu-se assim o longo período de crise a que se deu o nome de Grande Depressão.

Mundialização da crise: persistência da conjuntura deflacionista

Os efeitos da crise alastraram para todo o mundo. Todos os países dependentes dos capitais americanos foram afetados pela retirada dos investimentos e capitais americanos em outros países nomeadamente na Europa, América do Sul e Oceania. Também os países dependentes do comércio e das exportações para os E.U.A. foram fortemente afectados pela crise e entraram também em crise económica devido à política proteccionista de H. Hoover que aumentou as taxas sobre as importações para 50%. 

A conjuntura era deflacionista, marcada por:

  • queda dos preços
  • quebra da produção
  • diminuição do investimento e da produção. 
Os países afectados pela crise adoptaram políticas restritivas: 
  • reduziram a concessão de crédito
  • aumentaram impostos 
  • reduziram ordenados 
  • desvalorizaram moedas
Mas os efeitos foram ainda mais negativos pois retraia-se a procura dificultando a recuperação económica criando mais obstáculos ao investimento e ao crescimento.



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